🌙 Distúrbios do Sono Pós-AVC: por que muitas vezes passam despercebidos (e como detectar cedo)

🧠 Distúrbios do sono pós-AVC são muito mais comuns do que se imagina — e frequentemente subdiagnosticados. Eles afetam a recuperação, o humor, a cognição e a qualidade de vida.
Estudos recentes mostram que o paciente e o cuidador raramente percebem o problema, mas a polissonografia (PSG) revela alterações importantes.

🔬 O que o estudo revelou

• 📉 Subdetecção: apenas uma minoria relatou espontaneamente problemas de sono, mas a triagem estruturada elevou a detecção para mais de 60%.

• 😴 Apneia do Sono: a PSG encontrou AOS até mesmo em pacientes que negavam qualquer queixa.

• 🦵 Movimentos Periódicos dos Membros (PLMS): presentes em cerca de 1/3 dos assintomáticos.

• 📊 IAH elevado (>5) foi frequente, sem relação direta com sintomas clínicos visíveis.

• ⏱️ Sono fragmentado: despertares prolongados (WASO > 120 min) foram mais comuns entre pacientes com má qualidade do sono (PSQI > 5).

👉 Conclusão: confiar apenas no relato subjetivo pode mascarar distúrbios graves. Questionários e exames objetivos são essenciais.

🩺 Como aplicar na prática clínica

1️⃣ Triagem inicial (simples e acessível):
🧾 Aplicar os questionários STOP-BANG (risco de apneia) e PSQI (qualidade do sono).

2️⃣ Exames objetivos (quando indicar):
💤 Solicitar PSG para casos com risco moderado/alto, ronco intenso, pausas respiratórias ou fragmentação significativa.
📱 Quando a PSG não for viável, considerar actigrafia para monitorar o padrão de sono.

👩‍⚕️ O que o cuidador pode observar

• 🔊 Ronco alto ou pausas respiratórias.

• 💤 Sonolência diurna ou cansaço excessivo.

• 🦵 Movimentos involuntários nas pernas durante o sono.

• 😠 Mudanças de humor, irritabilidade ou lentidão cognitiva.

• 😖 Despertares frequentes e sono leve.

👀 Esses sinais ajudam a identificar precocemente os distúrbios e direcionar o tratamento.

💡 Por que tratar faz diferença

Cuidar do sono melhora o humor, a cognição e a recuperação motora.
Distúrbios como AOS, PLMS e insônia podem comprometer a reabilitação e aumentar o risco de um novo AVC.

⚙️ O tratamento pode incluir:

• CPAP nos casos de AOS;

• Orientações de higiene do sono;

• Controle de ansiedade/depressão;

• Abordagem farmacológica específica quando necessário.

📋 Fluxo de avaliação na clínica

1️⃣ Primeira consulta pós-AVC → aplicar STOP-BANG e PSQI.
2️⃣ Se risco moderado/alto → considerar actigrafia e/ou PSG.
3️⃣ Confirmado o diagnóstico → iniciar tratamento e monitorar adesão.
4️⃣ Envolver o cuidador → educar sobre sinais e acompanhar a evolução.

💭 Reflexão Final

Após o AVC, dormir bem é parte do tratamento neurológico.
Triar e investigar cedo pode acelerar a recuperação e reduzir complicações.
O sono é um marcador clínico de reabilitação, não apenas um sintoma secundário.

📍 Clínica de Neurologia e Distúrbios do Sono de Maringá
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