19 maio

1. Introdução

Os distúrbios cognitivos representam um conjunto de alterações que afetam a capacidade de pensar, lembrar, comunicar e realizar tarefas do dia a dia. Entre as causas mais frequentes estão as demências, como a Doença de Alzheimer, que impactam não apenas o paciente, mas também toda a rede familiar. O diagnóstico precoce e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para oferecer qualidade de vida e suporte adequado.


2. O Que São Distúrbios Cognitivos?

São alterações nas funções cerebrais superiores, que envolvem atenção, memória, linguagem, funções executivas e compreensão. Podem ser causados por processos degenerativos, lesões vasculares, traumatismos cranianos, infecções, depressão e outras condições médicas.

Demência é um subtipo de distúrbio cognitivo caracterizado pela progressiva perda funcional e irreversível de múltiplas funções cognitivas. Já as alterações cognitivas leves podem ser transitórias ou estáveis, muitas vezes sinalizando o início de uma demência, mas ainda sem grande impacto nas atividades diárias.


3. Principais Tipos de Demência

  • Doença de Alzheimer: Forma mais comum, com perda de memória recente como sintoma inicial.

  • Demência Vascular: Relacionada a lesões causadas por AVCs ou isquemias cerebrais.

  • Demência com Corpos de Lewy: Associada a alucinações e sintomas motores semelhantes ao Parkinson.

  • Demência Frontotemporal: Afeta principalmente comportamento, personalidade e linguagem.

  • Demência Mista: Combinação de dois ou mais tipos, como Alzheimer com demência vascular.


4. Sinais de Alerta para a Família

  • Esquecimentos frequentes que atrapalham a rotina

  • Dificuldade para encontrar palavras ou se comunicar

  • Troca de objetos de lugar ou perda constante de itens

  • Desorientação em ambientes familiares

  • Mudanças de humor, apatia ou comportamento inadequado

  • Dificuldade para realizar tarefas simples, como pagar contas ou preparar refeições


4. Avaliação Clínica e Diagnóstico

Um diagnóstico preciso depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do uso de exames complementares:

4.1 Avaliação Cognitiva

Aplicação de testes neuropsicológicos padronizados para medir atenção, memória, linguagem e raciocínio. Os mais utilizados são o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a Avaliação Montreal da Cognição (MoCA).

4.2 Avaliação Funcional

Investiga a capacidade do paciente de realizar atividades da vida diária (AVD e AIVD).

4.3 Avaliação Comportamental e Psiquiátrica

Identifica sintomas como agitação, depressão, apatia, alucinações e alterações de personalidade.


5. Exames de Apoio ao Diagnóstico

  • Ressonância Magnética ou Tomografia de Crânio: Identifica atrofias, lesões vasculares ou massas.

  • Exames laboratoriais: Avaliação de função tireoidiana, vitamina B12, sífilis, HIV, entre outros.

  • Exames de líquor (em casos selecionados): Análise do líquor para investigação de causas infecciosas ou neurodegenerativas.

  • PET cerebral com marcador de amiloide (em centros especializados): Auxilia na confirmação de Alzheimer em casos complexos.


6. Manejo e Suporte Terapêutico

Tratamento Medicamentoso

  • Inibidores da colinesterase (donepezila, rivastigmina, galantamina): utilizados no Alzheimer e em alguns outros tipos de demência.

  • Memantina: para estágios moderados a graves.

  • Medicamentos adjuvantes: Antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, quando indicados.

7. Terapias Não Medicamentosas

  • Estimulação cognitiva: Atividades orientadas para manter ou melhorar as funções cerebrais.

  • Fisioterapia e Terapia Ocupacional: Para preservação da mobilidade e independência.

  • Fonoaudiologia: Ajuda na comunicação e deglutição.

  • Acompanhamento psicológico: Para o paciente e para a família.


8. Apoio e Orientação Familiar

A família desempenha um papel essencial no cuidado da pessoa com distúrbios cognitivos. A sobrecarga emocional e física dos cuidadores deve ser reconhecida e acompanhada.

9. Orientações Fundamentais à Família

  • Criar rotinas previsíveis e seguras para o paciente.

  • Adaptar o ambiente doméstico para prevenir acidentes.

  • Promover atividades simples e prazerosas.

  • Procurar grupos de apoio e orientação especializada.

  • Cuidar da própria saúde física e emocional do cuidador.

  • Evitar conflitos e correções excessivas, valorizando a empatia.


10. Importância do Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce permite o planejamento de cuidados futuros, a introdução oportuna de tratamentos e intervenções, e proporciona à família tempo para adaptação. Também ajuda o paciente a manter sua autonomia pelo maior tempo possível.


11. Conclusão

Os distúrbios cognitivos são desafios complexos que exigem sensibilidade, conhecimento técnico e suporte contínuo. A atuação integrada entre neurologista, equipe multiprofissional e familiares é essencial para garantir um cuidado digno e centrado na pessoa.

Se você tem dúvidas sobre mudanças de memória ou comportamento em alguém da sua família, procure orientação especializada. A Clínica de Neurologia e Distúrbios do Sono de Maringá oferece avaliação neurológica completa, exames precisos e suporte terapêutico qualificado para cuidar de quem você ama com atenção e responsabilidade.

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