Quando a memória, o raciocínio e a identidade começam a se desconectar

Transtornos Cognitivos

Transtornos Cognitivos

 

🧠 Quando a mente começa a se perder em si mesma

 

1. Introdução

Os transtornos cognitivos representam um conjunto de alterações que afetam a capacidade de pensar, lembrar, comunicar e realizar tarefas do dia a dia. Entre as causas mais frequentes estão as demências, como a Doença de Alzheimer, que impactam não apenas o paciente, mas também toda a rede familiar. O diagnóstico precoce e a abordagem multidisciplinar são fundamentais para oferecer qualidade de vida e suporte adequado diante desses desafios.

 

2. O Que São Transtornos Cognitivos?

Os transtornos cognitivos não afetam apenas o funcionamento do cérebro, mas impactam diretamente a vida social, emocional e funcional de quem os vivencia. Envolvem alterações nas funções cerebrais superiores, como atenção, memória, linguagem, funções executivas e compreensão.
Essas alterações podem ser causadas por processos degenerativos (como o Alzheimer), lesões vasculares, traumatismos cranianos, infecções, depressão e outras condições médicas.
Demência é um subtipo de transtorno cognitivo caracterizado pela perda progressiva, irreversível e funcional de múltiplas habilidades cognitivas. Já as alterações cognitivas leves podem ser transitórias ou estáveis, muitas vezes sinalizando o início de uma demência, mas ainda sem grande impacto nas atividades diárias.
É importante destacar que nem toda alteração de memória indica demência: existem causas reversíveis e temporárias de comprometimento cognitivo que, quando tratadas, podem recuperar parcialmente ou totalmente as funções afetadas.

 

3. Principais Tipos de Demência

As demências afetam milhões de pessoas em todo o mundo, com a Doença de Alzheimer representando cerca de 60% a 80% dos casos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Abaixo, os tipos mais frequentes:

  • Doença de Alzheimer: Forma mais comum, com perda de memória recente como sintoma inicial

  • Demência Vascular: Relacionada a lesões causadas por AVCs ou isquemias cerebrais

  • Demência com Corpos de Lewy: Associada a alucinações e sintomas motores semelhantes ao Parkinson

  • Demência Frontotemporal: Afeta principalmente comportamento, personalidade e linguagem

  • Demência Mista: Combinação de dois ou mais tipos, como Alzheimer com demência vascular

 

4. Sinais de Alerta para a Família

A família é, muitas vezes, a primeira a perceber que algo mudou. Ficar atento aos sinais pode fazer a diferença no diagnóstico precoce. Os principais sinais incluem:

  • Esquecimentos frequentes que atrapalham a rotina

  • Dificuldade para encontrar palavras ou se comunicar

  • Troca de objetos de lugar ou perda constante de itens

  • Desorientação em ambientes familiares

  • Mudanças de humor, apatia ou comportamento inadequado

  • Dificuldade para realizar tarefas simples, como pagar contas ou preparar refeições

 

5. Avaliação Clínica e Diagnóstico

5.1 Avaliação Cognitiva

Aplicação de testes neuropsicológicos padronizados para medir atenção, memória, linguagem e raciocínio. Os mais utilizados são o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) e a Avaliação Montreal da Cognição (MoCA).

5.2 Avaliação Funcional

Investiga a capacidade do paciente de realizar atividades da vida diária (AVD – Atividades da Vida Diária e AIVD – Atividades Instrumentais da Vida Diária).

5.3 Avaliação Comportamental e Psiquiátrica

Identifica sintomas como agitação, depressão, apatia, alucinações e alterações de personalidade.

 

6. Exames de Apoio ao Diagnóstico

  • Ressonância magnética ou tomografia de crânio: identifica atrofias, lesões vasculares ou massas

  • Exames laboratoriais: avaliação de função tireoidiana, níveis de vitamina B12, sífilis, HIV, entre outros

  • Exames de líquor (em casos selecionados): investigação de causas infecciosas ou neurodegenerativas

  • PET cerebral com marcador de amiloide (em centros especializados): auxilia na confirmação diagnóstica de Alzheimer em casos mais complexos

 

7. Manejo e Suporte Terapêutico

O tratamento dos transtornos cognitivos é multidimensional e visa retardar a progressão, aliviar sintomas e preservar ao máximo a funcionalidade e qualidade de vida do paciente.

7.1 Tratamento Medicamentoso

  • Inibidores da colinesterase: donepezila, rivastigmina e galantamina, utilizados no Alzheimer e em alguns outros tipos de demência

  • Memantina: recomendada para estágios moderados a graves

  • Medicamentos adjuvantes: antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor, conforme avaliação individualizada

 

8. Terapias Não Medicamentosas

  • Estimulação cognitiva: atividades que buscam manter ou melhorar as funções cerebrais, como jogos de memória, leitura e exercícios mentais

  • Fisioterapia e terapia ocupacional: para preservação da mobilidade, independência e prevenção de quedas

  • Fonoaudiologia: auxilia na comunicação e na deglutição, especialmente em estágios avançados

  • Acompanhamento psicológico: fundamental para o paciente e seus familiares enfrentarem as mudanças emocionais e comportamentais

 

9. Apoio e Orientação Familiar

A família desempenha um papel essencial no cuidado da pessoa com transtornos cognitivos. A sobrecarga emocional e física dos cuidadores deve ser reconhecida, acolhida e acompanhada.

 

10. Orientações Fundamentais à Família

  • Criar rotinas previsíveis e seguras para o paciente

  • Adaptar o ambiente doméstico para prevenir acidentes

  • Promover atividades simples, prazerosas e significativas

  • Procurar grupos de apoio e orientação especializada

  • Cuidar da própria saúde física e emocional do cuidador

  • Evitar conflitos e correções excessivas, valorizando a empatia e o respeito ao ritmo do paciente

  • Estimular a comunicação respeitosa, com paciência e escuta ativa

 

11. Importância do Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce permite o planejamento de cuidados futuros, a introdução oportuna de tratamentos e intervenções, e proporciona à família tempo para adaptação. Estudos mostram que a intervenção precoce pode retardar em até dois anos a progressão dos sintomas, o que se traduz em mais autonomia e qualidade de vida para o paciente.

 

12. Conclusão

Os transtornos cognitivos são desafios complexos que exigem sensibilidade, conhecimento técnico e suporte contínuo. Mais do que uma condição médica, envolvem relações humanas, adaptação e cuidado. A atuação integrada entre neurologista, equipe multiprofissional e familiares é essencial para garantir um cuidado digno, centrado na pessoa e respeitoso com sua história de vida.

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Transtornos Cognitivos – Esclarecendo as Principais Dúvidas

Toda perda de memória indica um transtorno cognitivo❓ 

Nem sempre. Perder a chave ou esquecer um nome ocasionalmente faz parte da rotina, especialmente em momentos de estresse ou cansaço. No entanto, quando esses esquecimentos se tornam frequentes, afetam tarefas simples do dia a dia ou vêm acompanhados de mudanças no comportamento e na linguagem, é importante buscar avaliação médica. Existem causas reversíveis e outras mais graves, como as demências, que precisam ser investigadas.

Qual é a diferença entre demência e esquecimento por idade❓

O esquecimento relacionado à idade geralmente é leve, como esquecer onde colocou algo e lembrar depois. Já a demência envolve uma perda progressiva e mais ampla das funções cognitivas, como dificuldade em tomar decisões, desorientação, linguagem comprometida e incapacidade de executar tarefas cotidianas. A demência interfere significativamente na autonomia da pessoa, o que não ocorre no envelhecimento normal.

É possível reverter um transtorno cognitivo❓ 

Depende da causa. Transtornos cognitivos causados por deficiências vitamínicas, alterações hormonais, infecções ou efeitos colaterais de medicamentos podem ser reversíveis com o tratamento adequado. Já os causados por doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, não têm cura, mas o diagnóstico precoce permite controlar sintomas e retardar a progressão com acompanhamento especializado.

Quem deve procurar ajuda: o paciente ou a família❓ 

Na maioria das vezes, é a família quem percebe os primeiros sinais, como esquecimentos recorrentes, mudanças de humor ou confusão. Por isso, o papel da família é fundamental tanto no diagnóstico quanto no cuidado contínuo. O ideal é que qualquer mudança cognitiva observada seja levada para avaliação com um neurologista, mesmo que o paciente não reconheça as alterações.

Como é feito o diagnóstico de um transtorno cognitivo❓ 

O diagnóstico inclui uma avaliação clínica detalhada, testes neuropsicológicos para medir memória, atenção e raciocínio, e exames de imagem, como a ressonância magnética, além de exames laboratoriais para descartar causas reversíveis. Em alguns casos, exames mais específicos, como PET cerebral ou punção lombar, podem ser solicitados para confirmar o tipo de demência.

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