
Distúrbios do Sono na Doença de Parkinson: sinais precoces que merecem atenção
Quando pensamos em Doença de Parkinson, os primeiros sintomas que vêm à mente são tremores, rigidez muscular e lentidão dos movimentos. Mas há um aspecto que passa despercebido por muitos pacientes e familiares: os distúrbios do sono.
Estudos mostram que mais de 70% dos pacientes em fase inicial da doença apresentam algum problema relacionado ao sono — muitas vezes antes mesmo dos sintomas motores se tornarem evidentes.
Quais distúrbios do sono podem aparecer no Parkinson?
Insônia
O paciente consegue dormir, mas acorda várias vezes durante a noite.
Muitas vezes é confundida com “ansiedade” ou “idade avançada”, atrasando o diagnóstico.
Transtorno comportamental do sono REM (RBD)
Durante o sono REM (fase dos sonhos), a pessoa “atua” o que sonha: pode falar, chutar, gritar ou até cair da cama.
Esse distúrbio é considerado um forte marcador precoce do Parkinson.
Sonolência diurna excessiva
Cansaço constante e dificuldade de se manter acordado durante o dia.
Pode estar ligado tanto à doença quanto ao uso de medicamentos.
Síndrome das pernas inquietas (RLS)
Sensação de desconforto nas pernas à noite, aliviada com movimentos.
Provoca noites mal dormidas e impacta diretamente a qualidade de vida.
📌 Curiosidade didática: metade dos pacientes apresenta dois ou mais desses distúrbios ao mesmo tempo, o que mostra como o sono no Parkinson é um fenômeno complexo e multifacetado.
Por que os distúrbios do sono acontecem?
O Parkinson afeta áreas cerebrais ligadas à produção de dopamina e ao controle dos ritmos biológicos. Por isso, os distúrbios do sono não são apenas uma consequência “emocional”, mas fazem parte da fisiopatologia da doença.
Além disso, alguns medicamentos utilizados no tratamento podem agravar ou amenizar esses sintomas.
Uma relação de mão dupla: Parkinson e sono
A relação entre o Parkinson e o sono não acontece em apenas um sentido — ela é bidirecional:
O Parkinson causa distúrbios de sono, devido às alterações cerebrais que afetam os ciclos de sono e vigília.
Mas, ao mesmo tempo, os distúrbios de sono pioram o Parkinson, aumentando o cansaço, a lentidão e até os tremores durante o dia.
Além disso, noites mal dormidas podem agravar sintomas emocionais e cognitivos, como ansiedade, depressão e dificuldades de memória.
👉 Por isso, tratar o sono faz parte do cuidado integral da pessoa com Parkinson.
Como identificar e quando procurar ajuda?
Atenção para os sinais:
Dificuldade persistente para manter o sono.
Movimentos bruscos ou gritos durante a noite.
Cochilos frequentes durante o dia.
Inquietação nas pernas à noite.
Ao notar esses sintomas, o ideal é procurar um neurologista especializado em sono e distúrbios do movimento.
Impacto na vida do paciente
Qualidade de vida: noites mal dormidas agravam sintomas motores, emocionais e cognitivos.
Evolução da doença: distúrbios do sono podem ser um “sinal de alerta” de que o Parkinson está se manifestando.
Tratamento personalizado: identificar o tipo de distúrbio ajuda o médico a ajustar a medicação e recomendar terapias específicas.
Conclusão
Os distúrbios do sono no Parkinson são precoces, múltiplos e orgânicos. Não se trata apenas de “não conseguir dormir bem” — é parte da doença e deve ser levado a sério desde o início.
💡 Mensagem final: ao tratar o sono, tratamos também a saúde neurológica e a qualidade de vida.
Clínica de Distúrbios do Sono de Maringá
Na Clínica de Distúrbios do Sono de Maringá, buscamos orientar a população com artigos médicos confiáveis e acessíveis, além de oferecer atendimento especializado com neurologista para pacientes que precisam de diagnóstico e tratamento.
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Créditos
Texto adaptado a partir de:
Dodet, P. et al. Sleep disorders in Parkinson’s disease, an early and multiple problem. npj Parkinson’s Disease, 2024. Publicado sob licença CC BY 4.0.