As deficiências nutricionais são causas frequentes — e muitas vezes negligenciadas — de doenças neurológicas, especialmente das neuropatias periféricas. Vitaminas do complexo B, como B1 (tiamina), B6 (piridoxina) e principalmente B12 (cobalamina), são fundamentais para o bom funcionamento do sistema nervoso.
A carência dessas vitaminas pode ocorrer por má alimentação, alcoolismo, distúrbios de absorção intestinal ou uso prolongado de certos medicamentos. Quando não identificadas e corrigidas a tempo, essas deficiências podem causar danos neurológicos significativos, alguns irreversíveis.
As vitaminas do complexo B desempenham papéis essenciais na produção de energia, manutenção das bainhas de mielina (revestimento dos nervos) e na condução dos impulsos nervosos. Sem esses nutrientes, os nervos tornam-se mais vulneráveis a lesões, comprometendo a comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e o corpo.
Vitamina B1 (tiamina): necessária para o metabolismo da glicose no sistema nervoso; sua deficiência pode levar à Síndrome de Wernicke.
Vitamina B6 (piridoxina): atua na síntese de neurotransmissores; tanto o excesso quanto a carência podem causar neuropatia.
Vitamina B12 (cobalamina): essencial para a integridade dos nervos e da medula espinhal; sua deficiência é uma das principais causas de neuropatia sensitiva e também está associada a transtornos neurológicos centrais.
👉 Para saber mais sobre os sintomas e impactos da deficiência de B12, veja nosso post completo: Deficiência de Vitamina B12.
A deficiência dessas vitaminas pode causar sintomas variados, que costumam se desenvolver gradualmente:
Dormência, formigamento ou sensação de queimação nos pés e mãos
Diminuição da sensibilidade tátil e à temperatura
Dor neuropática em queimação ou em choque
Fraqueza muscular e dificuldade para caminhar
Perda de equilíbrio e quedas frequentes
Fadiga, irritabilidade e alteração do humor
Em casos avançados, alterações cognitivas e psiquiátricas
A neuropatia sensitiva é a manifestação mais comum, mas em casos graves pode haver também comprometimento motor e autonômico.
As deficiências vitamínicas podem surgir por diferentes razões:
Má alimentação (dietas restritivas, desnutrição)
Alcoolismo crônico
Doenças intestinais que afetam a absorção (como doença celíaca, Crohn)
Cirurgias bariátricas ou gastrectomias
Uso prolongado de medicamentos como metformina, omeprazol e isoniazida
Envelhecimento, que reduz a absorção intestinal
É importante lembrar que a deficiência pode ocorrer mesmo com uma dieta aparentemente normal, especialmente em idosos.
O diagnóstico é feito por meio de:
Avaliação clínica e neurológica
Exames de sangue para dosagem de vitaminas B1, B6 e B12
Eletromiografia (ENMG) para avaliar a condução nervosa
Exames complementares para investigar causas da má absorção ou perdas nutricionais
Quanto mais precoce a identificação, maiores as chances de reversão dos sintomas.
A base do tratamento é a reposição da vitamina deficiente, acompanhada de uma abordagem multiprofissional para tratar a causa subjacente:
Vitamina B1: reposição oral ou intramuscular, especialmente em alcoólatras ou pacientes críticos
Vitamina B6: reposição em doses controladas (o excesso também pode causar neuropatia)
Vitamina B12: reposição oral ou intramuscular, conforme a gravidade e a causa da deficiência
Além disso, é importante:
Melhorar os hábitos alimentares com acompanhamento nutricional
Tratar doenças de base que comprometem a absorção
Suspender ou substituir medicações que interferem no metabolismo vitamínico
O prognóstico é geralmente bom quando o tratamento é iniciado precocemente. Em casos mais avançados, alguns sintomas podem persistir, principalmente a perda de sensibilidade ou a dor crônica. O acompanhamento contínuo com neurologista e nutricionista é fundamental para evitar recorrências e manter a qualidade de vida.
As deficiências nutricionais, apesar de simples de serem tratadas, podem causar grandes impactos na saúde neurológica se não forem identificadas a tempo. A atenção aos sinais do corpo e o acompanhamento médico são essenciais para prevenir lesões permanentes.
📍Na Clínica de Neurologia e Distúrbios do Sono de Maringá, realizamos avaliação neurológica completa, exames avançados e acompanhamento especializado para o diagnóstico e o tratamento das neuropatias periféricas causadas por deficiências nutricionais.
📝 Agende uma consulta com nosso neurologista especializado, preenchendo o formulário abaixo, e receba o suporte necessário para controlar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida.
As vitaminas mais relacionadas às neuropatias periféricas são as do complexo B, principalmente a vitamina B1 (tiamina), B6 (piridoxina) e B12 (cobalamina). Essas vitaminas são essenciais para a condução nervosa e para a integridade das fibras nervosas. A carência prolongada pode resultar em sintomas como dormência, queimação, fraqueza muscular e, em casos graves, alterações cognitivas.
Sim. Quando não tratada precocemente, a deficiência de vitamina B12 pode causar danos neurológicos permanentes, incluindo perda de sensibilidade, dificuldade de locomoção e distúrbios na memória e no humor. Por isso, o diagnóstico e a reposição adequada devem ser feitos o quanto antes.
Grupos de risco incluem idosos, pessoas com dietas restritivas ou desbalanceadas, pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, alcoólatras, pessoas com doenças intestinais que afetam a absorção e usuários crônicos de medicamentos como metformina, omeprazol e isoniazida.
Quando a reposição é iniciada precocemente, os sintomas tendem a regredir. No entanto, em casos onde a deficiência foi prolongada, alguns danos neurológicos podem se tornar permanentes. Por isso, o acompanhamento médico e a detecção precoce são essenciais.
Sim, com uma alimentação equilibrada, suplementação adequada quando necessário e acompanhamento médico regular, é possível prevenir esse tipo de neuropatia. A orientação de um nutricionista também pode ajudar a garantir o consumo adequado de vitaminas essenciais.
Nossa equipe está preparada para acolher você com agilidade, respeito e atenção desde o primeiro contato.
Agende com neurologistas e profissionais do sono experientes, prontos para iniciar seu tratamento com precisão e empatia.